Victor Fidelis

Victor Fidelis

n.São Paulo, BR (1994)

Graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP), sua pesquisa explora o retrato da população afrobrasileira e as questões interpessoais que a interceptam: as trocas afetivas, a busca pela consciência de imagem, as intersecções e a pluralidade de experiências. Tais obras procuram identificar o nacional e a contemporaneidade pela representação de hábitos, arquiteturas, objetos, indumentárias e demais signos/resíduos culturais.

Ao longo de sua carreira, ele expôs seus trabalhos em instituições como o Museu de Arte de São Paulo (MASP), o Museu de Arte do Rio (MAR), o Museu Nacional da República, o Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (Muncab), Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, Centro Cultural do Estado de São Paulo (CCSP), bem como em feiras de arte nacionais e internacionais, como SP Arte, Art Rio e 1-54 Contemporary African Art Fair. Suas obras fazem parte de importantes coleções, como a do Museu de Arte de São Paulo (MASP) e da Fundação Cheng-Lan. Sua primeira exposição individual “Batinga”, foi em 2024, na Galeria Verve.

por Victor Fidelis

“Me chamo Victor Henrique Fidelis, sou um artista plástico de São Paulo, Brasil, graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo. Autodidata, desenvolvo minha linguagem artística desde os 15 anos de idade, transitando por técnicas de desenho como grafite, lápis de  cor, canetas esferográfica e hidrográfica e, mais recentemente, tinta acrílica, atualmente minha técnica principal. O contato com as artes plásticas, sobretudo as bidimensionais (pintura, desenho, gravura) se deu meu ambiente familiar, sendo introduzido a artistas como Di Cavalvanti, Tarsila do Amaral e Portinari logo em minha primeira infância, por minha tia e mãe, formadas em Artes. Soma-se a esses pintores uma gama de grafiteiros. Tal pesquisa imagética recentemente se tornou em uma tese final de graduação que se debruça em localizar a minha própria produção comas demais contribuições à Arte Afro Brasileira, encontrando paralelos temáticos comuns. Exploro as questões que interceptam os corpos racionalizados brasileiros, dos desconfortos das relações raciais na sociedade a suas consequências, da busca por si, por autoestima e consciência de imagem que é comum a pessoas pretas, da pluralidades e potencialidades do negro brasileiro, me utilizando das memória de relações interraciais, dos encontros e desencontro como curativo de todo esse processo. É a partir de auto retratos deformados, do uso de meu próprio rosto, minhas próprias formas sob diferentes proporções, que exercito as multiplicidades possíveis a nós. Retratar corpos pretos é um exercício de autoconhecimento em meu trabalho. Os rostos e formas desenhadas por mim vêm de minhas referências mais próximas, da memória dos corpos que me cercam, que em muito são as minhas formas também. Entender o quê nos faz grupo, a variedade dentre tais formas, as texturas, cores, particularidades e traços comuns é refletir quais narrativas foram impostas a nós, para então criarmos novos lugares.”

Lista completa disponível no CV